18.4.16

És tu, Brasil?


Ai, meu Brasil
De pedaladas e pedalinhos
Meu Brasil varonil
Pátria-mãe do jeitinho

Ai, meu pobre Brasil
De bolsas e bolsonaros
De funk, favela e fuzil
E de playboys em Camaros

Meu Brasil brasileiro
De delações e doleiros
Pátria amada desfigurada!

Meu país-ostentação
Paraíso da corrupção
Ai, minha pátria amada...

8.4.16

Testamento


Quando eu vier a morrer
Quero virar semente
De algum outro viver
(Reviver, metaforicamente)

Quando enfim se encerrar
Esta minha jornada
Meu desejo é integrar
Outras caminhadas

Então quando eu me for
Façam-me o favor
De reciclar meu coração

E tudo quanto for possível
Prorrogar-me-ei, invisível
Em cada doação